| ||||||||||||||
|
2 - Enquadramento Teórico e Conceptual Este capÃtulo tem por objectivo a introdução genérica das principais bases teóricas e conceptuais relevantes para a concretização do objectivo deste trabalho, de forma a eleger as melhores soluções para adopção no modelo a propor. Pretende-se introduzir o controlo de gestão, a sua área de responsabilidade e instrumentos, os principais modelos e caracterÃsticas de organização da informação financeira para o controlo de gestão e os indicadores de performance financeira considerados mais relevantes, com o propósito de encontrar os mais adequados à avaliação da performance financeira por segmentos. 2.1 - O Controlo de Gestão 2.1.1 - Âmbito, caracterÃsticas e objectivos do Controlo de Gestão O controlo de gestão tem por âmbito a implementação dos objectivos estratégicos da organização. Sendo estes objectivos de natureza diversa e não apenas financeiros (qualidade, produtividade, inovação, imagem, entre outros), os instrumentos do controlo de gestão devem acompanhar esta diversidade de naturezas dos objectivos (Jordan et al., 2007). O controlo de gestão é uma das três funções de planeamento e controlo presentes na maioria das empresas, a par da formulação estratégica e do controlo de tarefas. O controlo de gestão situa-se entre estas duas funções e é o processo através do qual os gestores influenciam os restantes membros a implementar a estratégia da organização. O sistema utilizado pelos gestores para controlar as actividades na organização é denominado sistema de controlo de gestão (Anthony e Govindarajan, 2007). Numa empresa, o comportamento standard não está predefinido. Desta forma, parte do processo de controlo reside na comparação entre a situação actual e os planos decididos pela gestão. O controlo de gestão envolve assim planeamento e controlo, tendo estas duas componentes, aproximadamente, a mesma importância. De acordo com as três funções de planeamento e controlo anteriormente descritas, a formulação estratégica tem o seu focus no longo-prazo enquanto o controlo de tarefas incide sobre o curto-prazo. Apesar das duas funções envolverem planeamento e controlo, o planeamento será mais importante na formulação estratégica e o processo de controlo no controlo de tarefas (Anthony e Govindarajan, 2007). Entre as actividades que o controlo de gestão envolve, poderemos destacar:
O planeamento realizado tem em consideração as circunstâncias no momento da sua formulação. Assim, se estas mudarem as acções traçadas no plano podem já não ser as mais adequadas. O controlo de gestão não requer necessariamente que todas as acções correspondam a um plano determinado, como, por exemplo, um orçamento. De igual forma, se for encontrada uma melhor abordagem, em relação à previamente determinada para atingir os objectivos da organização, o controlo de gestão não deve ser um factor de obstrução (Anthony e Govindarajan, 2007). Um sistema de controlo de gestão deve ser orientado à acção, com vista à tomada de decisão em tempo útil, não deve ter por objectivo a produção de documentos para enriquecimento do arquivo da empresa ou para a mera construção de uma base estatÃstica. O futuro deve ser a principal orientação do controlo de gestão, respondendo à s necessidades de informação relativas à situação actual da empresa e também à previsão futura de resultados, com vista à tomada de decisões correctivas ou mudança de planos, tendo em conta o alinhamento com a estratégia da empresa (Jordan et al., 2007). 2.1.2 - Instrumentos do Controlo de Gestão O controlo de gestão serve toda a hierarquia da empresa, no entanto, nem todos têm necessidades idênticas. Se para a Administração terá maior relevância o grau de realização dos objectivos globais, para os gestores intermédios terão maior interesse os indicadores relativos à sua área de negócios e para os gestores operacionais o acompanhamento das actividades, considerando os objectivos e planos de acção especÃficos (Simões, 2001). Os instrumentos do controlo de gestão devem assim dar resposta à s diversas necessidades. Os vários instrumentos foram distribuÃdos, por Jordan et al. (2007), em três categorias distintas: instrumentos de pilotagem; instrumentos de orientação do comportamento e instrumentos de diálogo. Nos instrumentos de pilotagem enquadram-se os necessários para que os gestores possam fixar objectivos, planear, acompanhar os resultados e tomar acções correctivas com vista a melhores desempenhos. São compostos por: plano operacional (a definição operacional da estratégia a médio-prazo, geralmente três anos), orçamento (a fixação de objectivos a curto-prazo, geralmente um ano, em articulação com o plano operacional), controlo orçamental, tableaux de bord e balanced scorecard. Por oposição aos primeiros instrumentos descritos, que se revestem de um carácter previsional, o controlo orçamental, o tableaux de bord e o balanced scorecard são instrumentos de acompanhamento de resultados. Estes dois últimos instrumentos apresentam como principais caracterÃsticas a rapidez de disponibilização da informação; diversidade de indicadores, que não se restringe a indicadores financeiros; capacidade de sÃntese e adaptação ao utilizador. Os instrumentos de orientação do comportamento visam enquadrar as acções e decisões dos gestores descentralizados, com vista à satisfação dos objectivos da organização e não apenas a responder a objectivos locais e parciais - possivelmente não alinhados com os interesses globais da empresa. Os instrumentos enquadráveis nesta categoria são a organização em centros de responsabilidade, a avaliação de desempenho com base em critérios adaptados à s caracterÃsticas dos centros de responsabilidade e a implementação de preços de transferência interna (PTI's). A terceira categoria - os instrumentos de diálogo - tem por objectivo o desenvolvimento do diálogo interno, envolvendo todos os actores da pirâmide organizacional. Para a gestão de topo, estes instrumentos são uma oportunidade para difundir o projecto estratégico pela organização, permitindo dar a conhecer a estratégia da empresa, os objectivos correspondentes e alinhar a actividade de cada área com a polÃtica global da empresa. Se o problema em si é complexo, já os instrumentos podem revelar-se tão simples como o agendamento de reuniões ou a realização de relatórios destas. |
|