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2.3 - Indicadores de Desempenho Financeiro por Segmentos 2.3.1 - Resultado ContabilÃstico O resultado contabilÃstico por segmento é apurado subtraindo os gastos directos e indirectos aos rendimentos gerados pelo segmento. Os gastos indirectos por segmento são apurados através de chaves de repartição, ou seja, utilizando o modelo de absorção (Simões, 2001). Segundo Simões (2001), este modelo apresenta vários inconvenientes na avaliação do desempenho financeiro:
2.3.2 - ROI - Return on Investment O ROI - Return on Investment foi desenvolvido pela empresa Du Pont na década de 20 do século XX, com o objectivo de medir a eficiência comercial da empresa e das suas unidades de negócio (Simões, 2001). Este indicador pretende comparar o resultado gerado por um segmento com o nÃvel dos capitais investidos, que resultam dos activos económicos afectos ao segmento. É calculado utilizando a seguinte fórmula (Jordan et al., 2007): Este indicador parte do princÃpio que os recursos financeiros são escassos e têm um gasto. Sendo este princÃpio aplicável à empresa no seu todo, na medida em que permite identificar uma rentabilidade mÃnima para accionistas e credores, a sua extensão aos vários segmentos não será simples (Jordan et al., 2007). O esquema seguinte mostra como o ROI é afectado por alterações nos resultados operacionais (por via do retorno das vendas) ou nos elementos de balanço (por via da rotação das vendas) (Simões, 2001): A utilização do ROI, para avaliação de resultados de segmentos, permite reflectir num único número todos os elementos que incidem sobre a situação económica do segmento, no entanto, apresenta as seguintes desvantagens:
2.3.3 - EVA® - Economic Value Added O EVA® - Valor Acrescentado Económico - mede a diferença entre o retorno do capital e o custo desse capital. Um EVA® positivo indica criação de valor para os accionistas da empresa e um EVA® negativo significa destruição de valor. A principal diferença do EVA®, face à s tradicionais medidas de rendimento, reside no facto de considerar o custo total do capital e não apenas os juros. Os defensores da aplicação do EVA® defendem que qualquer medida de avaliação de performance que ignore o custo dos capitais próprios não demonstra o sucesso de uma empresa em criar valor para os seus proprietários (Young, 1997). O EVA® permite dar a conhecer aos investidores e aos gestores em que áreas do negócio foi criado ou destruÃdo valor, uma vez que pode ser utilizado para medir a performance a qualquer nÃvel da empresa e não apenas na sua globalidade. O EVA® pode ser utilizado para comunicar a performance da empresa tanto externamente como internamente (Young, 1997). O EVA® é calculado da seguinte forma: Segundo Young (1997), o EVA® permite conjugar três vertentes que nenhuma outra medida de capital conseguiu:
A vantagem de avaliar a performance dos gestores e aplicar bónus com base no EVA® é que o seu sucesso passa a estar directamente ligado ao dos accionistas, levando-os a pensar e a agir como proprietários da empresa. Não estando o EVA® dependente das normas contabilÃsticas, tem ainda uma vantagem importante, para o apuramento de compensações, uma vez que reduz o incentivo para manipular os resultados contabilÃsticos (Young, 1997). O EVA® permite ultrapassar algumas das limitações descritas nos indicadores anteriormente apresentados, não só por considerar o custo do capital, como também por ter aplicabilidade independentemente do investimento ser positivo ou negativo. A melhoria do valor do EVA® não depende apenas do aumento do volume de negócios (maiores rendimentos), dependendo também da redução de gastos e ainda da gestão dos activos económicos, penalizando os negócios que utilizem elevados nÃveis de investimento ou subutilizações dos mesmos (Jordan et al., 2007). O EVA® tem total aplicabilidade na avaliação do desempenho económico-financeiro por segmentos, como seja a rentabilidade de clientes, mercados, canais de distribuição, projectos, ou outros. Este indicador incorpora todos os factores que contribuem para a criação de valor, incluindo o capital aplicado, mesmo para uma análise por segmentos (Jordan et al., 2007). Apesar de não ser um conceito novo, o EVA® ganhou popularidade nos anos 90 do século XX, devido ao registo do acrónimo EVA® pela empresa Stern Stewart & Co. e à respectiva publicidade associada (Simões, 2001). 2.3.4 - MCR - Margem de Contribuição Residual Este indicador tem por objectivo avaliar o grau de contribuição de cada segmento para a criação de valor da empresa, tendo por base uma remuneração exigida pelo financiamento dos activos económicos por si utilizados (Jordan et al., 2007). Este indicador será obtido da seguinte forma: A MCR é muito semelhante ao EVA®, diferindo nos seguintes pontos:
A MCR possui todas as vantagens do EVA®. Ignorando o imposto, a MCR adequa-se melhor à análise de segmentos, uma vez que, não seria possÃvel apurar o imposto para os segmentos mais elementares. O apuramento de resultados pela lógica da contribuição simplifica o processo de apuramento de resultados e disponibiliza informação de maior qualidade para a tomada de decisão (Simões, 2001). 2.3.5 - Conclusões EVA® vs Resultado ContabilÃstico Como se pode verificar no exemplo, o resultado positivo não é suficiente para compensar o investidor pelo risco assumido, não cobrindo o custo de oportunidade do capital. Um resultado contabilÃstico positivo não garante a criação de valor para o investidor. O novo investimento apresenta um impacto negativo sobre o ROI, no entanto, cria valor para o investidor na medida em que o custo de oportunidade (10%) é inferior ao retorno obtido (17%). Uma análise ao investimento realizada apenas utilizando o ROI conduziria à decisão de não realizar o investimento. À semelhança do resultado contabilÃstico, também o ROI poderá conduzir a decisões contrárias ao interesse do investidor. Conclusões De acordo com o exposto, podemos concluir que o EVA® e a MCR são os indicadores que melhor se adaptam à avaliação da performance financeira por segmentos porque (Simões, 2001):
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